Desde tempos imemoriais na antiguidade, o Ano Novo foi uma celebração da cosmogonia. Na festa, a humanidade comemorava a maior obra do divino, a criação do mundo, o início dos tempos. Significava a oportunidade que toda a humanidade possuía de entrar num tempo sagrado, conectando-se em harmonia com o divino, para naqueles momentos de festejos, introspecção, reflexão, esperança e renovação, ser conduzida numa viagem utópica feita pela imaginação humana, ao momento da criação. Durante o Ano Novo, a humanidade festejava a possibilidade da recriação e da renovação do mundo, embora essa recriação e renovação, dependesse somente dela mesma. Por isso, ainda se diz: o mundo passou, quando o ano acabou.
O mundo passou quando 2019 acabou.
Nesse mundo novo, a humanidade se convence com toda sua força e certeza, daquilo que afirmou o médico cristão chinês Li Wenliang, pouco antes de morrer: "Numa sociedade saudável, não deve haver uma só voz". Um parasito esquálido, invisível e coroado, ensina a humanidade que, só os sectários temem a liberdade de expressão, negando que deve ser para todos e que, enquanto houver um homem, haverá esperança de liberdade para todos.
Liberdade para toda a humanidade.
Liberdade para o povo chinês.
Liberdade para o Tibete.
Liberdade para Hong kong.
Liberdade para Taiwan.
Nesse Ano Novo - 2020 -, a humanidade tem a oportunidade de conscientizar-se da sua fugaz existência, da sua insignificante pequenez, da sua pífia finitude e da necessidade que sentimos um do outro, de vivermos juntos, unidos, da falta que faz um toque, um abraço, um aperto de mão, um beijo.
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